Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2013

Really?! - Review

 

Nós por aqui gostamos um bocado de ser politicamente correctos, mas há quem não se importe com isso de todo. Este grupo de quatro raparigas mostra que o punk não morreu e continua sempre irreverente. É bom saber que em Portugal há quem consiga manter esse espírito.

 

À partida um grupo só de raparigas tem pressões diferentes. Há quem continue a achar que "elas" não percebem nada de instrumentos e além de tudo isso há a questão da imagem. Um grupo só de homens pode ser seboso, mas as mulheres têm sempre de estar apresentáveis. Justo ou injusto, a verdade é que estas quatro Anarchicks sabem tocar e cuidam da imagem. Quem não gosta que se lixe.

 

Este cuidado estético é aparente no seu álbum de estreia, 'Really?!' Em apenas nove canções as Anarchicks mostram o seu punk rock extremamente dancável e bem tratado. O punk lo-fi não mora de todo aqui. A mistura é de Pedro Chamorra (Voxels) e as gravações do álbum ficaram a cargo de Makoto Yagyu (mais conhecido por ser baixista dos Paus), responsável por vários discos de rock, como Linda Martini ou The Vicious Five, sem dúvida escolha acertada para este tipo de música.

 

 

 

O disco, fisicamente falando, é semelhante às outras edições da Chifre e peca um pouco por ter apenas um poster da banda no interior. Interessante é a ilustração interior, da autoria da vocalista Pris, a fazer uma piscadela de olho ao EP de estreia da banda.

 

As letras das canções não são nada de especial mas passam a mensagem. Afinal de contas o que interessa aqui é o som global e isso funciona muito bem entre as quatro integrantes. O ponto fraco para mim é a pouca presença da vocalista, que demonstra sempre pouca emoção. Como dá um toque de Siouxie à coisa, acaba por ficar com piada e parece-me que a intenção é essa. A comparação é especialmente notória em 'Siouxie In a Box', que captura o espírito de Siouxie and The Banshees. É claro que se queremos aqui lançar nomes para o ar não nos podemos esquecer das Bikini Kill, pioneiras na onda 'riot grrrl', movimento punk feminista que as Anarchiks acabam por abraçar.

 

O som de Really?! não se fica contudo pelas guitarras. Os teclados marcam presença em várias canções, especialmente em 'Forever' e 'Dance'. Nesta última, contaram com a participação especial de Da Chick, artista portuguesa mais ligada à música electrónica. Acho que o truque, se é que lhe podemos chamar assim, é exactamente este. Punk dancável e que fica no ouvido. E isso as Anarchicks cumprem muito bem.

 

Em apenas nove canções o disco não é muito grande e não perdia se tivesse mais uma, ou duas músicas. Não será porventura o disco do ano, mas as Anarchiks prometem ainda dar muito que falar, e ouvir.

Resumindo, o punk nacional está vivo, é dancável e de qualidade. Sem complexos.

 

Nota final: 7,8/10

 

Tiago Crispim

 


publicado por Registos Sonoros às 15:05
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Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2013

A borla do dia é cortesia de Farewell J.R.

 

Esta moda dos músicos misteriosos e com pouca informação na net continua, mas nós não nos desmoralizamos com isso. O que conta afinal é a música.

Esta ainda por cima está disponível para download. Chama-se Night Wolves e é de Farewell J.R. E é bom. Isso é que interessa.

 

Tiago Crispim

 


publicado por Registos Sonoros às 16:00
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Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013

Um verdadeiro Stroke



Novo single de Strokes, é sempre uma boa notícia, um grande extâse, ou talvez não. Para quem ficou com o nariz algo torcido quando ouviu “Angles”, o disco que marcou o tão esperado regresso dos Strokes ao activo, aviso já que provavelmente se vão atirar de uma janela abaixo, mas só do primeiro andar para não partir muitos ossinhos. Para quem gostou não só de “Angles”, mas especialmente do disco a solo de Julian Casablancas, “Phrazes For The Young”, vai encontrar alguns paralelos, especialmente no ritmo dançável e na sonoridade mais electrónica. Mas a questão fundamental deste "One Way Trigger" é a voz de Julian Casablancas, para ser mais preciso os falsetes que desde logo rompem na canção. É estranho, é difícil fazer a ligação aos Strokes e não sei se alguma vez se vai entranhar. É claro que o solo de guitarra ajuda, puxa por recordações Reptilianas, mas não sei se vai chegar. É Strokes! Se chega ou não, o tempo o dirá...

 

Pedro Moreira Dias


 



publicado por Registos Sonoros às 13:11
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Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013

Para acolher a nova semana, Young Galaxy

 

Ultramarine vai ser o quarto dsco dos Young Galaxy, banda que já está junta desde 2005. O disco vai ser lançado dia 23 de Abril e este single só devia sair a 5 de Fevereiro, mas já cá anda.

Pop electrónica canadiana para abrir o apetite a uma nova semana.

 

Tiago Crispim

 


publicado por Registos Sonoros às 16:31
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Domingo, 27 de Janeiro de 2013

Mais australianos para aquecer o inverno

 

E para hoje temos mais outra banda austrliana, onde agora é verão. A música chama-se 'Winter Make Way' e é dos Sleepy Dreamers, que estão a preparar editar um LP em Março deste ano. Li uma descrição onde comparam esta banda a uma mistura de Damien Rice e Munford & Sons, e eu, que habitualmente não gosto de comparações, apoio totalmente esta. O melhor é sempre ouvir.

 

Tiago Crispim

 


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Sábado, 26 de Janeiro de 2013

Da Austrália para o mundo, Jagwar Ma

 

Jagwar Ma é um projecto de Jono Ma (Los Valentinos) e Gabriel Winterfield (Ghostwood), directamente da Austrália para o mundo.

Os singles 'Come and Save Me' e 'What Love' já tinham chamado a atenção para os Jagwar Ma em 2012 mas este novo 'The Throw' foi lançado já com a promessa de disco lá mais para a frente no ano. Parece que a coisa promete...

 

Tiago Crispim

 


publicado por Registos Sonoros às 16:04
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Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013

Prince quer fazer as pazes com a internet

 

Prince é um dos "vilões da internet", que reclama que a música online não recompensa suficientemente os músicos. A editora que o representa desatou a banir vídeos no youtube com conteúdo musical, incluíndo um famoso vídeo de um bebé a dancar ao som de 'Let's Go Crazy', que gerou um caso de tribunal de três anos. A presença do músico na internet nunca se fomentou. Até agora.

A nova tentativa foi 20pr1nc3.com, um site simples que é o seguimento da misteriosa (ou nem tanto) conta de youtube de 3rdeyegirl, que tem lançado vídeos de ensaios e versões não editadas de várias novas canções.

 

Isto parece ser uma tentativa de virar a página, ou reabilitar a imagem do músico na net, e pelos vistos está a funcionar. O motivo é um vídeo de uma nova canção do próximo disco de Prince, que o aproxima mais do rock. Gravado com uma nova banda de acompanhamento totalmente feminina, que supostamente se chama '3rd Eye Girl', Screwdriver promete causar antecipação pelo novo disco e o músico faz as pazes com a internet. Agora com vários takes alternativos e sketches de canções na net, pode ser uma nova página na carreira de Prince.

 

Tiago Crispim

 


publicado por Registos Sonoros às 14:18
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Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013

Um jardim que se quer próximo e não distante

 

 

O novo disco de Mazgani já está pronto. Depois de "Song of Distance" editado em 2010, Mazgani gravou o novo trabalho em Bristol com a produção a cargo de John Parish e com colaboração de Mick Harvey, o que nos coloca muito expectantes quanto às faixas que poderemos encontrar no futuro LP. 

O primeiro single "Distant Gardens" serve de aperitivo e de confirmação da sonoridade trazida por Parish e Harvey no tema, quanto à interpretação de Mazgani, já estamos habituados à sua singularidade e este tema já nos foi apresentado em situações mais intimistas como em Guimarães inserido no "Mi Casa Es Tu Casa". 

Fica aqui o tema, "Distant Gardens" de Mazgani.


http://musica.sapo.pt/musicbox/track/4538348

 

Pedro Moreira Dias 


 

 

 



publicado por Registos Sonoros às 14:37
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Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013

Primeiro avanço para o 7º disco dos Black Rebel Motorcycle Club



Com data de edição prevista para Março, o disco sucede a "Beat the Devil's Tattoo" de 2010.
A banda não esperava demorar tanto tempo para editar novo disco mas depois da morte do pai de Robert Levon Bee, o frontman dos Call, Michael Been, os BRMC acabaram por fazer uma paragem prolongada, mesmo sem saberem se voltariam ao activo.
Ainda bem que este novo single e o novo disco nos vêm dizer precisamente o contrário. "Let The Day Begin" é um original dos Call e é não só a homenagem mas o dar a volta, o fazer o luto, dos BRMC.
O sétimo disco (será também isso um prenúncio?), "Specter At The Feast" sai em Março, poderá andar entre os Pink Floyd e os Spiritualized... é esperar para ver, ouvir neste caso...


Pedro Moreira Dias

 

 


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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013

The Weatherman - Review



Torna-se sempre mais fácil falar sobre um disco, quando se conversa com quem o fez. Este terceiro disco de Alexandre Monteiro enquanto The Weatherman, é o primeiro disco homónimo pois tenta marcar um fim do ciclo, de alguma forma, mas porque é o disco mais autobiográfico do músico do Porto. Depois de "Cruisin Alaska", numa aventura pop com alguns toques de electrónica, e de "Jamboree Park at The Milky Way", a aventura mais pomposa, mais épica, mas mais interior, The Weatherman quis chegar ao equilíbrio entre estes dois discos. Recorde-se que desde o primeiro disco já se passaram quase 7 anos e do segundo quase 4, mas a verdade é que este disco hómonimo começou a ganhar contornos logo a seguir a "Jamboree Park at The Milky Way", talvez porque este registo já tinha tocado em alguns aspectos autobiográficos, mas neste como o próprio afirmou "este sou eu aqui e agora", é o registo de vários amores, amizades, locais, pessoas, mas todos relacionados ao centro do disco, o próprio Weatherman

Sonicamente falando, Alexandre Monteiro quis arriscar tudo neste trabalho, quis fazer um disco declaradamente Pop, e exemplo disso são temas como Fab, o segundo single, "Unite The People" ou "Proper Goodbye" que foi o primeiro rosto que conhecemos deste disco de Alexandre Monteiro, mas o disco tem 2 fases, uma mais intimista e até melancólica e outra num crescendo Pop até à despedida em "See Ya". Talvez por ter estes dois agrupamentos, possamos achar em alguns momentos que as músicas são enormes, mas apenas se vão embrenhando umas nas outras, e isso pode ser bom, pode dar a sensação que tudo é semelhante ou então que o disco é muito homogéneo, mas The Weatherman quis correr riscos e isso nota-se. Com produção de João André e misturado por Tim Debney e com as colaborações de Rui Maia nos teclados em dois temas, Nuno Sarafa na bateria e João André no baixo, o disco teve ainda o apoio do Fundo Cultural GDA, e por isso mesmo a falta de booklet e de podermos aceder às letras não faz muito sentido e é uma pena, pois a capa captou muito bem o sentido pop e até estelar do disco e poderia ser interessante ver esse trabalhado desenvolvido no booklet.

Talvez este disco marque um Proper Goodbye ao "antigo" Weatherman e um até já ao seu lado mais Pop.

 

6.5 / 10

 

Pedro Moreira Dias


publicado por Registos Sonoros às 14:17
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